terça-feira, 25 de dezembro de 2007

O Verdadeiro Espírito do Natal

Naquela véspera de natal, antes da meia-noite, dei uma escapada e fui curtir o mar, a lua cheia a paisagem e ainda pescar alguma coisa. Eu tava sozinho com duas garrafas de whisky 12 anos, a família em casa, era só eu comigo mesmo, todo mês de dezembro eu me acabo, bebo meu décimo terceiro até o fim. Mas deixa eu te perguntar uma coisa, você conhece o espírito do natal? O verdadeiro espírito natalino? Já viu? Não? Eu já vi, então vou contar como foi. Naquela noite eu parei com o meu barco perto de uma ilha deserta, é um lugar conhecido pelas lendas daqui da região, dizem que o diabo vive lá, mas eu não acredito. Bom, com a água calma, joguei a linha, acendi um cigarro, dei um gole do whisky, bem demorado, no gargalo, quando de repente, a vara começou a envergar, deu uma puxada violenta que quase me levou pro mar e detrás de uma pedra, surgiu uma coisa que parecia ser um peixão, um bagre monstruoso, gigantesco, do tamanho de um navio, o dorso cascudo feito uma lagosta a barriga verde cheia de escamas os olhos eram duas bolas de fogo a boca maior que a de uma baleia, toda cheia de dentes, uns dentes enormes, tinha mais dentes do que cem tubarões juntos, umas patas compridas de carangueijo e tinha barbas iguais as de um camarão. Fui puxado e arrastado até a ilha, consegui parar na praia, o monstro se ergueu com as patas pra cima e começou a vomitar e a defecar na areia e em cima de mim. Eu vi todos os natais que passei com a minha familia desde criança sairem da barriga do bicho feito uma gosma das mais nojentas, uma meleca podre, fedorenta que não tinha fim, misturada com meus avós, meus pais, meus irmãos, meus professores, minhas tias, todo mundo estava na barriga do monstro e o animal vomitava as tripas sem parar, defecava toda a minha familia, meus amigos, minha mulher, minhas namoradas, meus patrões, tudo!! Meu amigo...foi a coisa mais horrível que eu já vi! Vieram todos os presentes de natal que eu ganhei, que eu dei, todos os jantares, as árvores, os perus, as castanhas, os copos as garrafas e até o Papai Noel saiu do meio do vômito! O bicho botou tudo pra fora! Entrei no maior desespero mas felizmente eu consegui fugir, voltei nadando até o continente, sem o barco e sem o whisky só com a roupa do corpo. Eu já contei essa estória por aí, mas ninguém acredita, acham que eu bebi demais, fumei o que não devia...o que esse pessoal não sabe é que o natal é isso mesmo, é pra beber até botar todos os outros natais pra fora, vomitar e defecar tudo, esse é o verdadeiro espírito do natal.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Sobre Amor e Explosões.

Minha cabeça é um míssil de longo alcance que aponta para alvos múltiplos, uma sinfonia amazônica que acaba em textos acelerados de alta octanagem.

Sobre a minha vida pregressa, meus relacionamentos nunca renderam nenhum futuro, até porque futuro, é algo para o qual não fui programado para enxergar. E no mais, as mulheres de hoje estão vencendo a guerra dos sexos e já assimilaram e assumiram todas as atitudes vorazes e predatórias que antes eram alusivas ao sexo masculino. Para mim o importante é viver o presente, eternamente no universo, quanto ao resto, tudo mais é relativo. Minha estampa é pura felicidade, motivação verdadeira, sei o que quero e não devo nada a ninguém. Meu objetivo é rimar hedonismo com heroismo e com isso moldar a realidade do meu quebra-cabeças existencial. Contudo o famigerado destino sempre reserva grandes surpresas e revelações sem precedentes, acontecimentos dignos de impacto cinematográfico, seja água com açúcar, sal, vinagre ou pimenta, o que importa é que quando a pessoa, neste caso a mulher certa surge, não há dúvida a totalidade do caminho está no olhar. Quantas estórias existem assim? Muitas? Poucas? Garanto que se procurarem haverão de encontrar alguma e esta aqui eu concedo a todos de bandeja. Os dois já se conheciam, mas viviam a vários anos-luz de distância, os séculos e as eras passavam e a vida seguia o curso natural de cada um até que, seus olhares se cruzaram como se fosse a primeira vez, conversaram como jamais haviam feito antes e descobriram que nasceram um para o outro. Uma sucessão de explosões vulcânicas e uma forte tempestade elétrica desencadeou os dominós para esta dupla que segue ensandecida na velocidade do som, com juras eternas em Doppler Effect, fazendo planos e dando vazão às suas próprias vidas e estórias. É uma verdadeira estória de amor.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Pessoas são Bucha

Perdi a conta de quantas amizades já fiz e quantas já perdi e não vou contabilizar. Seria fácil dizer que a culpa é dos outros, mas na verdade eu é que tenho miopia e uma imaginação fértil por acreditar em pessoas que não mereciam nem cinco segundos da minha respiração, criaturas que descobri serem nauseantes, sanguessugas que agem dissimuladamente, invejosos cujo principal deleite é causar danos para justamente, se sobressairem ao máximo e à custa de qualquer infortúnio, por menor que possa ser, tanto por erro de cálculo ou mesmo aquele momento crucial em que você mais precisa da sorte e esta tirou férias de sua pessoa. Não sou nada perfeito, mas uma coisa que não me motiva é torcer pela derrota alheia, nem o mais espetacular gol do Flamengo eleva a minha adrenalina, mas tem gente que confunde a realidade com o futebol. Eu nem sequer me interesso pela vida e o dia a dia de terceiros, sou indiferente a muitas coisas e se isso for um defeito sério, então ei-lo. De qualquer maneira não sou um animal insensível, apenas mantenho meu escudo ativado contra a excessiva carga de informações ao qual somos expostos diariamente, todos os dias, a vida toda, imagine o que o desgaste e o caos emocional produzirá nestas gerações daqui a trinta anos. Muitos de nós aprenderam a ter um olhar crítico, tiveram alguma noção de valores que para muitos hoje são inexistentes, já há uma geração e meia que não sabe o que é viver sem telefones celulares. De qualquer maneira eu falava sobre a miséria humana aquela que faz pessoas aparentemente crescidas e de alguma maneira evoluidas materialmente a pisarem nos outros. Mas é isso que o ambiente, a nossa aldeia global incita, muita gente, muita gente, com a vida em desalinho, perde a hora perde a linha e se perde no caminho, e não há nada que se possa fazer para o quadro reverter. O lance é seguir adiante e trocar de vagão ou saltar fora em caso de extrema urgência. Minha cabeça é uma sinfonia amazônica que acaba em textos acelerados de três acordes distorcidos carregados de efeitos e aqui nestas linhas imaginárias, escolho e incluo meus adventos e fragmentos de situações e pessoas, inserções do meu passado e presente, conversas corriqueiras, conhecidos e desconhecidos que nem imaginam o quão suas vidas me são inspiradoras, não importam os dissabores ou deleites que tenham me proporcionado, estou de olho em tudo o que se passa, é só sintonizar em volta e captar.Tudo eu acho graça até porque é tudo de graça. Aos que me fizeram algum mal eu posso me considerar vingado e aquelas pessoas que moram aqui no meu peito de aço eu agradeço por existirem e de alguma forma fazerem parte da minha vida. Pessoas são matéria-prima, massa de manobra, pessoas são bucha, nasceram para o inevitável desgaste, eu penso assim quando encaro uma fila de banco, o metrô lotado, engarrafamentos, a fila do voto com o título de eleitor nas mãos, documentos, números que na realidade nada são, mas isoladamente representam algum valor no universo visto que nossa existência é pura matemática. Por isso não se iluda, dois mais dois são quatro mesmo e acabou, não discuta com a lógica do contrário irá perder. Digo que as pessoas são bucha pois para o bem e para o mal, estamos aqui para aprender e a ensinar alguma coisa, qualquer coisa, nada também tão específico, então que sejamos bons alunos ou bons professores, mas não aos alunos cordeirinhos ou aos mestres predadores, para o inferno com toda essa raça (opa) olha o termo politicamente incorreto. Não se deve ofender ninguém por conta de sua raça, credo, opção sexual, profissão ou seja lá o que mais, não fume , não beba, não corra, não morra. Todo mundo merece e deve ser respeitado é lógico e eu gostaria de algum dia ver o resultado positivo dessas correções políticas, pois há pouco menos de trinta anos atrás isso não existia e o mundo parecia menos violento, haviam menos pessoas e isso faz muita diferença e talvez sem as correções políticas nós já tivessemos ultrapassado a quarta guerra mundial, aquela feita de paus e pedras, na qual o Albert Einstein certa vez mencionou como sucessora da terceira guerra mundial, cujo período seria de farta colheita, supersafra de cogumelos atômicos. Contudo a principal função desses princípios politicamente corretos é a de não ofender os segmentos de mercado, o respeito as ideologias está fora de cogitação, pois concepções abstratas não vendem, a menos que possam ser representadas e reduzidas a símbolos, imagens ou atitudes. Atitude é uma palavra muito utilizada e já desgastada por só representar futilidades, mas assim é a Babilônia, o sistema do ocidente, não a clássica e verdadeira que vem sendo bombardeada desde 2003. E eu que em 1978 aos dez anos de idade imaginava que hoje, rumo a 2010, estariamos cruzando o espaço em naves prateadas e vivendo em condomínios interplanetários.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O Verdadeiro Espírito do Natal

Naquela véspera de natal, antes da meia-noite, dei uma escapada e fui curtir o mar, a lua cheia a paisagem e ainda pescar alguma coisa. Eu tava sozinho com duas garrafas de whisky 12 anos, a família em casa, era só eu comigo mesmo, todo mês de dezembro eu me acabo, bebo meu décimo terceiro até o fim. Mas deixa eu te perguntar uma coisa, você conhece o espírito do natal? O verdadeiro espírito natalino? Já viu? Não? Eu já vi, então vou contar como foi. Naquela noite eu parei com o meu barco perto de uma ilha deserta, é um lugar conhecido pelas lendas daqui da região, dizem que o diabo vive lá, mas eu não acredito. Bom, com a água calma, joguei a linha, acendi um cigarro, dei um gole do whisky, bem demorado, no gargalo, quando de repente, a vara começou a envergar, deu uma puxada violenta que quase me levou pro mar e detrás de uma pedra, surgiu uma coisa que parecia ser um peixão, um bagre monstruoso, gigantesco, do tamanho de um navio, o dorso cascudo feito uma lagosta a barriga verde cheia de escamas os olhos eram duas bolas de fogo a boca maior que a de uma baleia, toda cheia de dentes, uns dentes enormes, tinha mais dentes do que cem tubarões juntos, umas patas compridas de carangueijo e tinha barbas iguais as de um camarão. Fui puxado e arrastado até a ilha, consegui parar na praia, o monstro se ergueu com as patas prá cima e começou a vomitar e a defecar na areia e em cima de mim. Eu vi todos os natais que passei com a minha familia desde criança sairem da barriga do bicho feito uma gosma das mais nojentas, uma meleca podre, fedorenta que não tinha fim, misturada com meus avós, meus pais, meus irmãos, meus professores, minhas tias, todo mundo estava na barriga do monstro e o animal vomitava as tripas sem parar, defecava toda a minha familia, meus amigos, minha mulher, minhas namoradas, meus patrões, tudo!! Meu amigo...foi a coisa mais horrível que eu já vi! Vieram todos os presentes de natal que eu ganhei, que eu dei, todos os jantares, as árvores, os perus, as castanhas, os copos as garrafas e até o Papai Noel saiu do meio do vômito! O bicho botou tudo prá fora! Entrei no maior desespero mas felizmente eu consegui fugir, voltei nadando até o continente, sem o barco e sem o whisky só com a roupa do corpo. Eu já contei essa estória por aí, mas ninguém acredita, acham que eu bebi demais, fumei o que não devia...o que esse pessoal não sabe é que o natal é isso mesmo, é prá beber até botar todos os outros natais prá fora, vomitar e defecar tudo, esse é o verdadeiro espírito do natal.

Não Capitão, eu ainda não AssiSti !!

Para os fanáticos (existem?) pelo filme Tropa de Elite.

A noite escura oculta a fala
Na viatura explode a bala
A lei falada escrita a sangue
Que pactuada o mundo abrange
A luz de um brilho duradouro
É o seu pesar a peso de ouro