quinta-feira, 17 de abril de 2008

CANÇÕES IMORTAIS & FANTASMAS ILUSTRES

Uma canção imortal é aquela que faz sentido em qualquer época, sobrevive ao tempo dos códigos de barra, sem distinção de faixa etária. Um fantasma ilustre é aquele que nos assombra com o sopro de uma melodia que não morre e está mais presente agora do que antes de sua passagem.
Minha cabeça é uma sinfonia amazônica que acaba em textos acelerados de três acordes. Tudo isso para falar da relação das idéias com as gerações passadas junto às novas que prosseguem, a pronta ação do tempo externo do relógio e o tempo interno de cada um, respectivamente Kronos e Kairos, os deuses do tempo na mitologia grega e que correspondem à Saturno na civilização romana. O que está acontecendo com a informação e a cultura? A mídia oficial só propaga artistas e personalidades para vender seus produtos com a urgência e a voracidade características do citado deus Kronos, tempo é dinheiro, então, por onde anda o Kairos? Esta figura excêntrica que rege o tempo subjetivo de cada um, está a circular na internet, no boca a boca, nas publicações alternativas, nas brechas ainda disponíveis em campo e nas cabeças mais vulcânicas de nossa geografia. Saturno é o tempo implacável que devora suas crias com base na invariável ética de um ecossistema, mundo animal este, que comporta um elenco próprio de predadores e presas. Saturno aqui, sugere a própria personificação de um sistema sofisticado e perverso. É a marginalização dos povos em seu processo histórico, a opressão, a alienação e a ignorância, a inquisição da igreja católica e o advento do nazismo, é o bom e velho apocalipse em pessoa, o fim do mundo, temido, retratado, zombado e cantado em prosa e verso, mas...o que o fim da civilização tem a ver com as tais canções imortais? Tem tudo a ver, o mito da extinção é uma eterna canção. Na alquimia, Saturno é o chumbo, metal pesado cujo grau de toxicidade contribuiu para a decadência do Império Romano, pois diversos utensílios domésticos utilizados na época eram feitos de chumbo, o que causou um envenenamento gradual e a esterilização total dos homens, que bebiam sem parar os vinhos produzidos e armazenados em tonéis cujo material incluia o chumbo. Qualquer relação mesmo que ilustrativa com o chumbo das balas perdidas que protagonizam hoje o temor coletivo da nossa sociedade, talvez não seja mera coincidência.

3 comentários:

Louis Alien disse...

nada acontece por acaso.
mas tudo se peder num acaso e insensatez.

Daisy Carvalho disse...

Tinha perdido o contato.
Ainda bem que te achei.
Mas é verdade, meu camarada, essa relação é'f'. Chumbo é grosso, tanto faz se derretido ou não.
Somos hoje apenas o reflexo dos mitos gregos. Estereótipos de jeans, teclando filosofias embriagadas de paixão com celular e medos.
Beijo. Vou linkar-te ;)

Daisy Carvalho disse...

Ei!!!!!!!!! cadê vc? preciso te falar, cara, aparece!!

www.carva1.wordpress.com

BEEEEIJOS!